quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ministério da Saúde atribui queda de 23% em acidentes de trânsito à lei seca

Do UOL Notícias
Em São Paulo
O número de internações provocadas por acidentes de trânsito nas capitais brasileiras reduziu de 105.904, no segundo semestre de 2007, para 81.359, no segundo semestre de 2008. O Ministério da Saúde, que divulgou os dados nesta manhã (17), atribui a queda à lei seca, que entrou em vigor em junho do ano passado.

Ao todo, foram 24.545 hospitalizações a menos, uma queda de 23% nos atendimentos às vítimas do trânsito financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Já entre o primeiro e o segundo semestre de 2008, houve redução de 3.325 internações por acidentes de trânsito, uma queda de 4%.

As mortes relacionadas a acidentes de trânsito também diminuíram. No segundo semestre de 2008, foram registrados 2.723 óbitos, uma redução de 22,5% com relação aos 3.519 óbitos registrados no segundo semestre de 2007.

"A redução do número de óbitos e internações em conseqüência provocadas pelo trânsito mostra que a lei vem protegendo a vida. Medidas legislativas como o Código de Trânsito Brasileiro e a Lei Seca têm sido muito importantes para a prevenção dos acidentes de transporte terrestre, com conseqüente diminuição da morbimortalidade por essas causas", afirma, em nota divulgada, a coordenadora da área de Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta.

A análise levou em consideração apenas as informações das capitais brasileiras. As cidades que registraram reduções tanto de internações quanto nos óbitos foram São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre e Recife. Já Belo Horizonte, Belém e Teresina registram aumento.

Internações por acidentes de trânsito por região, 2007 e 2008

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Fonte: Ministério da Saúde


UOL Celular

domingo, 14 de junho de 2009

sábado, 13 de junho de 2009

Destroços são compatíveis com desintegração

São Paulo - Entre os 37 destroços do voo 447 encontrados pela Marinha no Oceano Atlântico, e apresentados pela primeira vez ontem, há peças praticamente intactas, como uma maleta laranja operacional, poltronas da tripulação e máscaras de oxigênio. Para o consultor e engenheiro aeronáutico americano Robert Ditchey, aliados ao estabilizador já recolhido, eles apontam para a "forte conclusão" de que o A330 se desintegrou no ar. "Não há nenhuma evidência de fogo ou explosão. Há mais chances de o avião ter se partido no ar."

As imagens dos destroços corroboram a reportagem do Estado de ontem, que mostrou que nas necropsias não foram detectadas queimaduras nos corpos - peritos acreditam que as mortes tenham sido provocadas por politraumatismo ocasionado pelo choque com a água em alta velocidade. O brigadeiro Ramon Borges, diretor-geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), confirmou haver "possibilidades técnicas" de uma aeronave desintegrar-se parcialmente no ar.

"Se não há nada queimado e se os corpos encontrados representarem uma boa amostragem dos diferentes assentos, podemos, sim, eliminar a hipótese de uma explosão no ar", diz o especialista em aviação Respício do Espírito Santo, do Instituto Brasileiro de Estudos Estratégicos e de Políticas Públicas em Transporte Aéreo (Cepta). Mais cauteloso, o diretor técnico do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), comandante Ronaldo Jenkins, prefere esperar o encontro do "corpo" do avião para falar da desintegração, mas admite que não há indícios de explosão.

"Existe um número pequeno de explicações possíveis para o avião partir em pleno voo e uma dessas explicações é quando se tem uma perda de controle que leva a uma sobrecarga estrutural - quando as forças encontradas pelo avião são maiores do que o desenho do avião permite", observa Ditchey. Fotos do estabilizador vertical (peça ao qual está acoplado o leme) sugerem até agora que ela tenha sido arrancada. Uma possibilidade para isso ocorrer é quando o avião atinge velocidade superior à suportada pela estrutura - quando isso ocorre, fissuras na fuselagem aparecem, transformam-se em buracos, despressurizam o avião e acabam por fazê-lo partir. Isso pode ter ocorrido, por exemplo, caso o piloto receba uma leitura errada da velocidade dos pitots e acelere. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

UOL Celular

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Submarino nuclear francês se incorpora a busca por caixas-pretas

Em Paris

O submarino nuclear francês "Emeraude" se incorpora hoje aos trabalhos de busca das caixas-pretas do avião da Air France que caiu no Atlântico no último dia 31 quando cobria o trajeto entre Rio de Janeiro e Paris.

NUVENS CONGELADAS

Satélite da Eumetsat revelou que o Airbus da Air France que caiu no mar com 228 pessoas a bordo no dia 31 de maio cruzou uma tempestade de nuvens aglomeradas a uma temperatura de 83°C negativos.

O porta-voz do Estado-Maior do Exército francês, Christophe Prazuck, indicou hoje que o "Emeraude" chegou à região dos destroços do avião, e que inicialmente vai a se concentrar em uma área de 20 milhas náuticas quadradas (36 quilômetros quadrados).

Segundo o programa previsto, a cada dia realizará uma investigação em uma área diferente para tentar encontrar as caixas-pretas, que emitem sinais durante um período de um mês que podem ser detectados a uma distância de um quilômetro.

Prazuck explicou que esta tarde também deve chegar à região das buscas o navio francês "Mistral", especializado em missões anfíbias.

O envio do submarino nuclear francês foi decidido por sua capacidade para escutar sinais no fundo do mar.



GRÁFICO DA FAB MOSTRA DISTÂNCIAS NO TRANSPORTE DOS CORPOS

* FAB/Divulgação

Acidente com o voo AF 447: perguntas e respostas

Fabrícia Peixoto
da BBC Brasil, em Brasília

Navios e aeronaves do Brasil e da França continuam as buscas por destroços e vítimas do acidente com o voo AF 447 da Air France, que caiu no último dia 31 de maio no oceano Atlântico enquanto seguia do Rio de Janeiro para Paris.

Segundo a companhia aérea, 228 pessoas de 32 nacionalidades estavam a bordo do avião no momento do acidente, sendo que 58 eram brasileiros. Os primeiros corpos de vítimas foram resgatados do mar no último final de semana e destroços da aeronave também estão sendo recolhidos pelas autoridades.

Além disso, também foram recuperados do mar objetos pessoais das vítimas, como computadores e mochilas, que também serão analisados.

Apesar de as buscas estarem sendo coordenadas pelas autoridades brasileiras, as investigações sobre as causas do acidente serão feitas por autoridades francesas, como determina a Convenção de Aviação Civil Internacional.

Confira abaixo algumas questões sobre o acidente com o Airbus da Air France.

Como estão sendo feitas as buscas?
Segundo os Comandos da Marinha e da Aeronáutica do Brasil, as buscas estão concentradas nos locais onde foram encontrados os corpos.

Atualmente, os trabalhos de localização de corpos e destroços já estão sendo feitos a cerca de 1.350 km de Recife, uma distância maior do que a de São Paulo a Porto Alegre. Correntes marítimas e fenômenos meteorológicos dificultam os trabalhos das equipes.

No total, cinco embarcações da Marinha brasileira e uma fragata francesa participam dos trabalhos de buscas, assim como 12 aeronaves brasileiras e duas francesas.

O governo francês solicitou autorização para que dois rebocadores de alto mar entrassem em águas brasileiras. Estas embarcações devem chegar ao local nos dias 12 e 18 de junho para auxiliar nas buscas por destroços.

Além destas embarcações, o submarino nuclear francês Émeraude, o navio de pesquisa Porquoi Pas e o navio anfíbio Mistral também já estão a caminho das áreas de buscas.

Segundo o diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, brigadeiro Ramon Cardoso, a prioridade das equipes é a localização de corpos.

Os destroços que estão sendo recolhidos devem ser levados em um momento ainda não determinado para Recife, para serem entregues às autoridades francesas, que farão as investigações do acidente.

Devido às correntes marítimas, alguns dos corpos estão sendo levados para o norte da área onde se presume que aconteceu o acidente. Por este motivo, a área de buscas foi ampliada pelas autoridades.

De acordo com os militares brasileiros, buscas devem começar a ser feitas também em águas que pertencem ao Senegal.

O que está sendo feito com os corpos encontrados?
Até a noite desta terça-feira, as autoridades brasileiras confirmaram terem encontrado 41 corpos de vítimas do acidente. Os cadáveres são encaminhados para uma base instalada no arquipélago de Fernando de Noronha, onde são submetidos a análises preliminares pela Polícia Federal.

Depois disso, eles serão encaminhados de avião para Recife, onde passarão pelo processo de identificação no IML (Instituto Médico Legal).

Os primeiros corpos encontrados devem chegar a Recife ainda nesta quarta-feira. Todos os corpos que forem localizados, independente da nacionalidade da vítima, serão levados primeiramente para a capital pernambucana para identificação.

Não foi informado qual o estado dos corpos que foram encontrados.

É possível encontrar sobreviventes?
Embora esta possibilidade não tenha sido desconsiderada oficialmente, as autoridades brasileiras têm frisado nos últimos dias que as buscas estão concentradas na localização de "corpos".

O presidente da Air France, Pierre-Henri Gourgeon, também pediu que as famílias "não tenham esperança" em encontrar sobreviventes.

O tempo transcorrido desde o acidente torna a existência de sobreviventes cada vez mais improvável.

Havia tempestades naquela região no momento do acidente?
Sim. Nessa época do ano, é comum a formação de tempestades na área, conhecida como Zona de Convergência Intertropical.

Imagens de satélite mostram uma intensa atividade climática ao norte de Fernando de Noronha na noite de 31 de maio, com até 18 quilômetros. Nessa altitude, é comum a formação de gelo (granizos), em vez de chuva.

Aeronaves como o Airbus podem "perceber" uma tempestade com até 30 minutos de antecedência. Mas, segundo especialistas, o equipamento identifica a água ou vapor, e não o gelo. Por isso, é possível que os pilotos não tenham tido tempo de desviar da tempestade.

Essa pode ser a principal causa do acidente?
A tempestade é um fator importante e está sendo considerada pelos investigadores. No entanto, especialistas afirmam que um avião do porte do Airbus dificilmente cai em função de uma tempestade, ainda que seja atingido por um raio.

De acordo com a Aviation Safety Network, desde 1973 apenas 73 acidentes tiveram suas causas ligadas a fortes turbulências.

O ideal, segundo pilotos, é tentar escapar da área de tempestade. Para isso, podem fazer desvios, mudar a velocidade ou a altitude da aeronave.

As autoridades francesas admitiram que as causas do acidente "possivelmente" nunca serão conhecidas. A localização das caixas-pretas é muito difícil em função da profundidade do mar.
Que outras possíveis causas já foram levantadas?
Além da forte tempestade, diversos outros fatores e possibilidades estão sendo considerados. Uma delas é de que a pane elétrica tenha sido causada por uma falha na aeronave.

O mesmo modelo de aeronave, operado por outra companhia, sofreu duas panes elétricas recentemente.

Houve questionamento sobre a possibilidade de eventuais falhas nos sensores de velocidade da aeronave terem causado o acidente. A Air France anunciou que irá "acelerar o programa de troca dos sensores de sua frota de A330 e A340".

As informações seguem desencontradas. Um piloto da companhia aérea Air Comet, que fazia a mesma rota naquela noite, afirmou ter visto um "clarão forte e intenso" caindo sobre o mar.

Os pilotos informaram algum tipo de problema durante o voo?
Não. Segundo o Comando da Aeronáutica, não há registro de mensagens de alerta entre os pilotos e o controle de tráfego aéreo brasileiro. A comunicação seguia normal e, inclusive, houve um contato às 22h33, por rádio, com o Centro de Controle (Cindacta 3).

No entanto, às 23h20, a aeronave deveria fazer mais um contato, o que não aconteceu. Pouco antes, às 23h10, o avião começou a enviar uma série de mensagens automáticas à companhia aérea, segundo a revista especializada Aviation Herald. Os sinais indicavam pane elétrica e despressurização.

Áreas muito distantes das costas em geral não são cobertas por radar. Mas os pilotos podem fazer a comunicação por rádio. Há ainda uma outra possibilidade, que é a transmissão de um sinal para outras aeronaves que estejam trafegando pela região.

No entanto, nenhuma das duas possibilidades foi utilizada pelos pilotos, o que pode sugerir, por exemplo, que os pilotos não tiveram tempo ou que algo não funcionou.

Quais as chances de se encontrar a caixa-preta?
A caixa-preta armazena informações que podem decifrar o mistério do acidente, como por exemplo, as conversas na cabine de comando.

As autoridades francesas, no entanto, disseram ser "quase impossível" encontrá-la, em função da profundidade do mar, da extensão da região e da irregularidade do terreno.

O governo francês enviou dois minissubmarinos científicos à região, que são especializados nesse tipo de busca. O Brasil não dispõe do equipamento.

Sem a caixa-preta, a investigação sobre as causas pode durar anos e, ainda assim, não ser conclusiva.

As caixas-pretas têm um mecanismo que emite sinais de localização mesmo a 4,3 mil metros abaixo da superfície da água. Não se sabe, porém, se a caixa-preta --mesmo que encontrada-- sobreviverá à pressão das profundezas.

A esperança é de que os destroços encontrados possam ajudar a explicar o acidente, caso a caixa-preta não seja localizada.

Colaborou a redação da BBC Brasil em São Paulo

terça-feira, 9 de junho de 2009

Helicópteros decolam para buscar corpos de ocupantes do voo 447

Dois helicópteros da Aeronáutica decolaram por volta das 8h desta terça-feira de Fernando de Noronha (PE) rumo ao oceano Atlântico para buscar 16 corpos de vítimas do voo 447 que estão armazenados na fragata Constituição, da Marinha. Até ontem haviam sido resgatados 24 corpos. O Airbus da Air France, que caiu no último dia 31, transportava um total de 228 pessoas.

Segundo o porta-voz da Aeronáutica, tenente-coronel Henry Munhoz, decolaram um Black Hawk e um Super Puma. Eles percorrerão cerca de 350 km distantes do arquipélago de Fernando de Noronha para transportar oito corpos cada um. A expectativa é que eles retornem no final desta manhã.

Leia a cobertura completa sobre o voo AF 447
Veja nomes de ocupantes do voo 447
Veja onde conseguir informações sobre o voo

Quando chegarem ao arquipélago, os corpos passarão por uma preparação antes de serem encaminhados para a identificação no IML (Instituto Médico Legal) em Recife (PE).

Ainda não foram divulgados detalhes sobre o estado em que foram encontradas as vítimas. Outros oito corpos estão na fragata Bosísio, da Marinha brasileira. Eles foram resgatados na superfície do mar, porém, em uma área com aproximadamente 3.500 metros de profundidade.

FAB
Equipes resgatam destroços do Airbus da Air France no oceano Atlântico; Marinha e Aeronáutica mantêm buscas a vítimas
Equipes resgatam destroços do Airbus da Air France no oceano Atlântico; Marinha e Aeronáutica mantêm buscas a vítimas


Segundo a FAB (Força Aérea Brasileira), os oito corpos resgatados ontem foram retirados de uma área a cerca de 440 km a nordeste das ilhas de São Pedro e São Paulo. A FAB não informou quantos corpos são de homens e quantos são mulheres, nem quando eles devem chegar a Fernando de Noronha.

Buscas

O porta-voz da Aeronáutica afirmou ainda que a prioridade é resgatar os corpos e não os destroços. "Nossa prioridade é buscar sobreviventes, corpos e só então os destroços", disse Munhoz.

Entre os destroços da aeronave já localizados estão peças consideradas importantes. Em entrevista na manhã desta segunda, o tenente-coronel Munhoz apresentou fotos que mostram uma lancha da Marinha brasileira se preparando para rebocar o estabilizador do avião, com formato de trapézio e as listras azuis, brancas e vermelhas do logotipo da Air France.

Cinco embarcações atuam nas buscas --quatro navios brasileiros e uma fragata francesa.

Ao todo, 255 militares da FAB participam da operação de resgate, que conta ainda com 14 aeronaves, sendo 12 da Força Aérea Brasileira e duas da França. Já a Marinha atua com 570 militares.

A busca e o resgate das vítimas é responsabilidade das Forças Armadas brasileiras, e a investigação das causas do acidente compete a autoridades francesas.

Voo 447

O voo 447 da Air France desapareceu sobre o oceano Atlântico na noite de domingo (31). O avião decolou por volta das 19h do aeroporto Tom Jobim, no Rio, com destino a Paris e fez o último contato com o comando aéreo brasileiro por volta das 22h30 de domingo.

Segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim, o Airbus da Air France caiu a aproximadamente 400 milhas (740 km aproximadamente) do arquipélago de Fernando de Noronha.

Não há hipóteses claras sobre o que pode ter derrubado a aeronave, mas já há certeza de que o avião sofreu despressurização e uma pane elétrica, porque a aeronave enviou alerta automático do tipo durante o voo. Sabe-se também que a aeronave enfrentou forte turbulência.

domingo, 7 de junho de 2009

Corpos e destroços do Airbus já foram transferidos para fragata e seguem rumo a Fernando de Noronha

da Folha Online

Os dois corpos e os objetos resgatados neste sábado pela tripulação da corveta brasileira 'Caboclo' já foram transferidos para a fragata 'Constituição', que navega rumo a um ponto a cerca de 600 quilômetros de Fernando de Noronha, onde os corpos e os destroços serão recolhidos por um helicóptero e levados para o arquipélago. Lá, deverão ser catalogados e depois encaminhados para Recife.

Três peritos e um papiloscopista (responsável por colher e analisar impressões digitais) da Polícia Federal chegaram ontem a Pernambuco para ajudar na identificação dos corpos.

A localização dos primeiros corpos de passageiros e objetos do Airbus-330 da Air France, desaparecido no domingo passado após decolar do Rio com destino a Paris (França), foi confirmada pelo coronel Jorge Amaral, subchefe de comunicação da FAB (Força Aérea Brasileira), em coletiva de imprensa na tarde deste sábado.

Não foi divulgado o estado dos corpos. Entre os destroços localizados estão assentos do avião e partes da asa, além de outros itens ainda não especificados.

A operação de busca conta com a colaboração de diversas aeronaves da França e dos Estados Unidos. No entanto, foram aeronaves brasileiras com o auxílio do navio de guerra brasileiro que localizaram, no fim da madrugada e início da manhã deste sábado, uma série de pontos a 849 quilômetros de Fernando de Noronha, distante 69,5 quilômetros a noroeste do local onde a aeronave relatou pane elétrica.

Um Hércules C-130 foi direcionado ao local e confirmou visualmente a presença de objetos na água. Em seguida, a Corveta 'Caboclo' recolheu no local uma poltrona azul e momentos depois encontrou dois corpos, além de vários componentes da aeronave.

Por volta das 11h40, o R-99 da FAB decolou de Fernando de Noronha para continuar a varredura eletrônica e captou, durante a tarde, diversos objetos a oeste da área de onde os corpos foram retirados.

Leme

Reportagem publicada pela Folha informa que uma mensagem automática enviada pelo Airbus mostra que o leme do avião, peça aerodinâmica essencial para o voo, quebrou.

A mensagem ocorreu no primeiro dos quatro minutos finais do AF 447, em que foram emitidos 24 alertas, indicando que um problema estrutural pode ter desencadeado o acidente com o avião que levava 228 pessoas.

Voo 447

O voo 447 da Air France desapareceu no oceano Atlântico na noite de domingo (31). O avião decolou por volta das 19h do aeroporto Tom Jobim, no Rio, com destino a Paris e fez o último contato com o comando aéreo brasileiro por volta das 22h30 de domingo.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou na terça-feira (2) que o Airbus da Air France caiu a aproximadamente 400 milhas (740 km aproximadamente) do arquipélago de Fernando de Noronha (PE).

A causa do acidente ainda é desconhecida, mas já há certeza de que o avião sofreu despressurização e uma pane elétrica, porque a aeronave enviou alerta automático do tipo durante o voo. Sabe-se também que a aeronave enfrentou forte turbulência.

Arte/Folha

sábado, 6 de junho de 2009

Mensagem indica quebra do leme do Airbus-330 da Air France

IGOR GIELOW
secretário de redação da Folha de S.Paulo, em Brasília
ALAN GRIPP
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Uma mensagem automática enviada pelo Airbus-330 da Air France que caiu no mar domingo mostra que o leme do avião, peça aerodinâmica essencial para o voo, quebrou. A mensagem ocorreu no primeiro dos quatro minutos finais do AF 447, em que foram emitidos 24 alertas, indicando que um problema estrutural pode ter desencadeado o acidente com o avião que levava 228 pessoas.

A mensagem está nos alertas do voo que a TV France 2 divulgou anteontem, sem contestação da Air France ou das autoridades francesas --a quebra não foi identificada pela rede.

A Folha ouviu dois pilotos de Airbus e ambos foram assertivos sobre o potencial catastrófico do evento, suspeitando que ele foi provocado por alguma rajada violentíssima de vento.

Às 23h10, a primeira mensagem informa que há um CTL RUD TRV LIM FAULT. Traduzindo tecnicamente: falha no controle de limitação do curso do leme. Em português: o computador indica que o leme excedeu o limite que poderia mexer, ou seja, quebrou.

O leme é a parte móvel do estabilizador, a "asa" vertical que fica na cauda do avião e é responsável por evitar guinadas aerodinâmicas. O leme permite alterações no curso do avião.

Seus movimentos são limitados a 25% de inclinação no próprio eixo até 296 km/h nos Airbus. A partir dos 703 km/h, essa tolerância cai a menos de 4% devido ao potencial de dano estrutural ou de fazer uma manobra que tire o avião de controle. Quando saiu do controle de radar brasileiro, 22 minutos antes do registro do defeito, o AF 447 estava a 840 km/h.

É esse limitador que o computador aponta que falhou. Pior: como não é registrado defeito nos sistemas que controlam os motores elétricos que mexem o leme, os FAC, há a possibilidade de o estabilizador ter sido arrancado.

Nesse caso, o controle de um avião a 10,7 km de altura e a 840 km/h é quase impossível.

"Certamente houve algum dano estrutural à aeronave. Se ele foi pequeno ou grande, ainda não é possível afirmar. Mas é uma informação extremamente importante", diz o engenheiro aeronáutico Adalberto Febeliano, ex-vice-presidente executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral e atualmente diretor da Azul.

Se o leme ou até o estabilizador quebraram, fica a dúvida: teria a tempestade sido tão violenta ou havia algum problema prévio em sua estrutura, que é das mais frágeis no avião?

Há sempre a hipótese de o computador ter falhado e informado incorretamente o defeito. O computador do A330 já havia causado quase-tragédias ano passado na Austrália por leitura incorreta de dados.

As mensagens seguintes já haviam sido exploradas. No momento em que o defeito no leme é apontado, o piloto automático e o acelerador automático do avião são desligados.

O sistema fly-by-wire, que evita que o piloto faça manobras muito perigosas, retira três das suas cinco salvaguardas. Em outras palavras, o avião vai para a mão do piloto.

Como disse um dos pilotos de Airbus ouvidos, a partir daí é "desespero" em um espaço muito curto de tempo, o que explicaria a falta de pedido de socorro.

O BEA (birô de investigação e análise), agência francesa que apura acidentes aéreos, dará entrevista hoje sobre o caso. Até aqui, só admitiu que havia tempo ruim na rota do AF 447 e que houve sinais divergentes nas medições de velocidade.

Isso está explicitado na mensagem das 23h12 que indicou incoerência no ADR, um dos três computadores que recolhem dados de velocidade, altitude e velocidade vertical (se o avião sobe, desce ou está alinhado). Isso levou à especulação corrente de que um sensor externo do Airbus da Air France teria congelado.

Já houve acidente com Airbus devido a problemas no leme. Em 2001, depois de perder o equipamento, aparentemente em razão de movimentos bruscos causados por turbulências, um A300 da American Airlines caiu sobre o bairro do Queens, em Nova York, matando 255 pessoas.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Queda do Air Bus 330 nos principais Jornais do País

O Globo

Manchete: Agência tinha alertado para riscos com avião da tragédia
Destroços reforçam hipótese de pane antes de turbulência, diz Inpe

A Agência Europeia de Segurança da Aviação (Easa) emitiu um alerta em janeiro para os pilotos dos aviões Airbus A330 e A340 sobre ocorrências mum equipamento da aeronave que levariam a um "comportamento anormal" capaz de provocar até repentinos mergulhos em pleno voo. A advertência foi feita três meses depois de um incidente envolvendo um Airbus da Qantas, que deixou dezenas de pessoas feridas. Ontem, o Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe), com base na análise de imagens de satélite e o mapa da localização dos destroços, disse que o Airbus da Air France pode ter sofrido uma pane antes mesmo de ter atravessado uma grande turbulência. Em Paris, na Catedral de Notre Dame, cerca de duas mil pessoas participaram da missa pelas vítimas, com a presença do presidente Nicolas Sarkozy. Na Costa Rica, o presidente Lula disse que virá ao Brasil para participar de missa pelas vítimas e fez um minuto de silêncio. (págs. 1 e 9 a 16)

Jobim diz que é quase impossível encontrar corpos (págs. 1 e 14)

Parentes querem acompanhar busca de destroços (págs. 1 e 13)

Investigação é da França porque avião caiu em águas internacionais (págs. 1 e 11)

Foto legenda: Centenas de pessoas acompanham do lado de fora da Catedral de Notre Dame, em Paris, missa em memória dos mortos na tragédia do Airbus: Sarkozy e Carla Bruni participaram

Charge Chico: E no Ministério da Defesa

- ... e se vocês olharem bem neste ponto poderão divisar nitidamente a imagem de um oportunista tentando ganhar algum prestígio nas Forças Armadas falando sobre coisas que acabou de aprender ...

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Mancha no oceano indica que o Airbus não explodiu no ar
A Força Aérea Brasileira identificou mais destroços do Airbus da Air France, incluindo uma peça metálica de sete metros de diâmetro. Também foi observada uma grande mancha de óleo com extensão de 20 quilômetros - indicação de que não deve ter havido explosão em voo.

A posição dos pedaços da aeronave e o estudo das correntezas podem levar ao local da queda. Os restos achados ontem estavam em trilhas distantes 230 quilômetros entre si e longe dos primeiros destroços. (págs. 1 e Cotidiano)

A Air France divulgou lista com os nomes de 53 dos 58 brasileiros do voo 447. (págs. 1 e C7)

Notre-Dame lota em homenagem às vítimas do voo
Um culto multirreligioso em homenagem às vitimas do voa 447 levou 4.000 pessoas à catedral de Notre-Dame, em Paris. O presidente Nicolas Sarkozy e a primeira-dama, Carla Bruni, foram à cerimônia, aberta, com mensagem do papa. (págs. 1 e C6)

Foto legenda: Entrada da catedral em Paris que recebeu culto multirreligioso na tarde de ontem; evento teve um forte esquema de segurança

Familiares criam comissão para monitoramento
Após receberem informação falsa de que haveria um navio com sobreviventes, familiares dos passageiros do voa da Air France montaram uma comissão para tentar acompanhar o resgate dos destroços e as investigações sobre o acidente. (págs. 1 e C7)

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O Estado de S. Paulo

Força internacional fará resgate
Busca dos destroços do Airbus mobiliza técnicos e equipamentos de 5 países

A operação para localizar os destroços do Airbus A330 da Air France que fazia a rota Rio-Paris e caiu domingo no Atlântico está mobilizando uma força internacional. A participação inclui equipamentos e técnicos de Brasil, França, Espanha, EUA e Holanda. Os franceses destacaram 50 pessoas. As equipes se ocuparão de coletar informações com base na análise de destroços que venham a ser recolhidos. Especialistas admitem que será muito difícil achar a caixa-preta. Em razão das dificuldades, as equipes trabalham com a hipótese de jamais encontrar explicações conclusivas para o acidente. (págs. 1 e C1)

Jobim descarta explosão

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse ontem que a presença de manchas de óleo no mar, identificadas por aviões da FAB numa extensão de 20 km, afasta a hipótese de explosão do avião da Air France. Segundo o ministro, não há sobreviventes e o resgate de corpos das vítimas será praticamente impossível. (págs. 1 e C4)

Foto legenda: Emoção - Funcionários da Air France do lado de fora da catedral de Notre-Dame (Paris), onde houve homenagem para os mortos no voo 447

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Jornal do Brasil

Manchete: Armadilhas na rota da Europa
Empresas pressionam por economia em trajetos conhecido pelos seus riscos

Não há esperança de encontrar passageiros vivos, admite a Air France a parentes

Localizados novos destroços e mancha de óleo de 20 km na área do desastre

A travessia aérea sobre o Oceano Atlântico rumo à Europa tornou-se uma rota de grandes riscos impostos a passageiros e tripulações. Além de tempestades súbitas e de rara magnitude - comuns no caminho do Airbus da Air France que desapareceu enquanto ia do Rio para Paris - há uma pressão implícita das companhias aéreas para evitar a alteração de rotas, informa o Sindicato Nacional dos Aeronautas. Ontem lei um dia de luto: a direção da Air France descartou a possibilidade de achar sobreviventes entre os passageiros do voo 447. Os aviões de busca encontraram destroços maiores da aeronave e identificaram um rastro de 20 km de óleo na região da queda. Em Paris, as vítimas foram lembradas em missa na Catedral Notre Dame. No Rio, está programado para hoje um culto ecumênico na Igreja da Candelária, com a presença do chanceler da França, Bernard Kouchner. (págs. 1 e Tema do Dia A2 a A10)

A Zona de Convergência Intertropical é área de grande instabilidade da faixa equatorial. (págs. 1 e A6)

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Correio Braziliense

Um avião desintegrado
Ministro Jobim descarta explosão de airbus após descoberta de mancha de óleo no mar

Novos indícios encontrados pelas equipes de buscas no Atlântico indicam que o avião da Air France se desintegrou após sofrer uma pane elétrica a 11 mil metros de altura. Uma grande mancha de óleo, com 20km de extensão, e mais destroços localizados levam a crer que o Airbus A330-200 se partiu muito antes de atingir o oceano. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou categoricamente: “O avião não explodiu”. O governo francês enviou ao provável local da queda o minissubmarino Nautile, capaz de chegar a 6 mil metros de profundidade e já utilizado para localizar a carcaça do Titanic. Em Paris, centenas de pessoas assistiram à cerimônia ecumênica na Catedral de Notre Dame em homenagem às vítimas. (págs. 1 e Tema do Dia, 14 a 20)

Foto legenda: Funcionários da Air France assistem ao culto em Paris: 228 velas acesas no altar da Notre Dame em memória das vítimas

A lista dos brasileiros no voo AF-447 (págs. 1 e Tema do Dia, 18)

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Estado de Minas

Cerimônia do adeus (pág. 1)

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Jornal do Commercio

Manchete: Mais destroços e menos esperança
A FAB localizou ontem peça metálica de 7 metros de diâmetro e outros objetos que podem levar ao ponto exato onde a aeronave se chocou com o mar, mas o ministro da Defesa Nelson Jobim praticamente descartou a possibilidade de achar corpos de vítimas (pág. 1)

Ansiedade / Mobilização / Ocupação

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Pilotos de Airbus não seguiram altitude de plano de voo; buscas prosseguem

da Folha Online

Hoje na Folha Os pilotos do AF 447 não seguiam a altitude prevista em seu plano de voo quando a aeronave foi registrada pela última vez pelo radar de Fernando de Noronha, às 22h48 (horário de Brasília) do domingo, revela reportagem de Alan Gripp e Igor Gielow na edição desta quarta-feira da Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

O voo 447 da Air France desapareceu sobre o oceano Atlântico na noite de domingo (31), com 228 pessoas a bordo. O avião decolou por volta das 19h do aeroporto Tom Jobim, no Rio, com destino a Paris e fez o último contato com o comando aéreo brasileiro por volta das 22h30.


Elaborado antes da decolagem, o plano de voo previa que o Airbus deveria subir de 35 mil pés (10,7 km) para 37 mil pés (11,3 km) depois de passar pelo ponto virtual Intol (565 km ao norte de Natal). O avião, porém, se manteve a 35 mil pés à frente do ponto, segundo informou a FAB no dia do acidente. O motivo para isso é desconhecido.

Os pilotos muitas vezes têm de alterar sua rota devido a mau tempo, turbulências ou porque voos diferentes têm planos coincidentes. "O plano é elaborado com o objetivo de que o voo seja o mais eficiente possível, mas nem todo mundo pode voar na mesma rota", diz o diretor da Azul e ex-presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral, Adalberto Febeliano.

Após deixar a área de controle de Noronha, o que havia à frente do voo AF 447 era uma grande tempestade. A própria FAB havia alertado, em sua rede de meteorologia na internet, que a tempestade era forte e tinha seu topo variando entre 37 mil e 38 mil pés (11,6 km), ou seja, acima do nível em que o Airbus estava quando deixou a cobertura de radar brasileira (35 mil pés).

Panes e turbulência

Não há hipóteses claras sobre o que pode ter derrubado a aeronave, mas já há certeza de que o avião sofreu despressurização e uma pane elétrica, porque a aeronave enviou alerta automático do tipo durante o voo. Sabe-se também que a aeronave enfrentou forte turbulência.

A FAB (Força Aérea Brasileira) informou na noite desta terça-feira que dois investigadores franceses já estão no Brasil para apurar as causas do acidente, com apoio do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).

Durante o dia, foram encontrados destroços da aeronave em uma área a aproximadamente 400 milhas (cerca de 740 km) de Noronha. Aeronaves equipadas com radares e infravermelho devem manter as buscas durante toda a madrugada para tentar encontrar mais material do Airbus.

Segundo o ministro Nelson Jobim (Defesa), os destroços são indicativo certo de que o avião caiu no mar. "Para este efeito [o da identificação do avião] já é suficiente estes 5 km de materiais. Não há como supor que a maré tenha reunido 5 km de material trazido da praia", disse.

Jobim afirmou que as buscas devem se concentrar sobre a caixa-preta, que pode estar situada em uma "profundidade que varia entre 2.000 e 3.000 metros" no oceano Atlântico. "A caixa-preta não boia. Teremos que fazer a busca. Estando em grande profundidade, haverá grande dificuldade para encontrá-la", disse.

Segundo a Air France, a lista oficial com os nomes dos ocupantes do avião deve ser divulgada nesta quarta-feira (3). Porém, a relação pode ser incompleta já que, segundo o ministro da Defesa, alguns familiares de passageiros já manifestaram os nomes não sejam divulgados.

De acordo com a empresa, 58 brasileiros, 61 franceses e 26 alemães estavam na aeronave. Ao todo, havia ocupantes de 32 nacionalidades no avião.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Tragédia e mistério na rota Rio-Paris (Manchete de O Globo)

O Globo

Sumiço de airbus da Air France no Atlântico com 228 pessoas choca, comove e intriga o mundo

No maior desastre aéreo envolvendo brasileiros, o voo 447 da Air France que saiu do Rio com 228 pessoas, na noite de domingo, com destino à Cidade Luz, desapareceu do controle de radares enquanto sobrevoava o Oceano Atlântico, na fronteira entre o espaço aéreo brasileiro e o senegalês. O paradeiro da aeronave e as causas do acidente ainda eram desconhecidos até o fim da noite de ontem. A última informação que se tem é que uma mensagem automática de pane elétrica e despressurização foi enviada pela aeronave às 23h14m de domingo. A Air France diz que o avião pode ter sido atingido por um raio em meio a turbulência. Morreram 58 brasileiros, 61 franceses, 26 alemães, entre passageiros de mais 33 nacionalidades. A Aeronáutica informou, no fim da tarde de ontem, que o governo do Senegal teria localizado em seu mar territorial supostos pedaços de materiais, mas não confirmou que seriam do avião. O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes decretaram luto por três dias. Entre as vítimas estão executivos de multinacionais como Luiz Roberto Anastácio (Michelin) e Erich Heine (Thyssenkrupp CSA), além do príncipe Pedro Luís de Orleans e Bragança, descendente de Dom Pedro II; o maestro Silvio Barbato e Marcelo de Oliveira, chefe de gabinete do prefeito do Rio. (págs. 1 e Caderno Especial)

Foto legenda: Choro e desespero nos aeroportos de Paris e do Rio: parentes dos passageiros do voo 447 da Air France buscam informações sobre o destino da aeronave que desapareceu quando sobrevoava o Atlântico

Destinos cruzados
Bianca Cotta e Carlos Eduardo de Melo casaram-se no sábado numa festa para 500 convidados e, no dia seguinte, viajaram para a sonhada lua de mel em Paris. Essa foi uma das centenas de histórias interrompidas na tragédia. Mas, em meio à tristeza, João Marcelo Calaça chorou: de alivio, por escapar da morte. Ele não pôde embarcar porque descobriu, só no aeroporto, que seu passaporte estava vencido. (págs. 1 e Caderno Especial)

Sarkozy vai e Lula manda vice
O presidente Lula, que estava em El Salvador, manteve sua participação na posse do presidente Maurício Funes, mas mandou o vice José Alencar ao Galeão. Em Paris, o presidente Sarkozy foi ao Charles de Gaulle conversar com parentes de vítimas. (págs. 1 e Caderno Especial)

Abismo marinho pode tornar impossível recuperar destroços (págs. 1 e Caderno Especial)

A lista (ainda não oficial) dos passageiros do AF 447 (págs. 1 e Caderno Especial)

Em tempo real, no site do GLOBO, a busca do avião desaparecido (págs. 1 e Caderno Especial)

Os maiores desastres da história da aviação comercial (págs. 1 e Caderno Especial)

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Folha de S. Paulo

Manchete: Avião com 228 a bordo some no mar no trajeto Rio-Paris
Último contato informou pane elétrica; Aeronáutica enviou alertas de tempestade

Tripulação de voo no sentido oposto viu 'focos luminosos' no mar, segundo a TAM

Com 228 pessoas a bordo, um Airbus da Air France que saiu do Rio no domingo à noite rumo a Paris desapareceu ao sobrevoar o Atlântico. O voa AF-447 deveria chegar à França às 6h15 de ontem (horário de Brasília), mas seu último contato, uma mensagem automática relatando pane elétrica, foi feito às 23h14 de domingo.

A Air France informou que havia 58 brasileiros no Airbus. A causa do acidente - para especialistas, o maior já ocorrido com aeronave que tenha decolado do Brasil - ainda é desconhecida.

Segundo a TAM, a tripulação de um voo Paris-Rio viu focos luminosos no mar, a aproximadamente 1.300 km de Fernando de Noronha (PE). Na noite de domingo, a Aeronáutica emitira quatro alertas de tempestade.

Autoridades creem que o avião tenha caído em águas profundas, o que dificulta o resgate. Os presidentes Nicolas Sarkozy e Lula lamentaram o ocorrido. (págs. 1 e Cotidiano)

Foto legenda: Familiares de passageiros do voo da Air France que desapareceu no trajeto para Paris aguardam informações no aeroporto do Rio

Aeronave levava passageiros de 32 países, entre eles executivos
O avião que desapareceu levava passageiros de 32 paises, na maioria brasileiros e franceses. Entre eles havia executivos da Vale, da Michelin e da ThyssenKrupp, dois integrantes da ONG Viva Rio e três italianos que faziam ações assistenciais no Brasil, além do príncipe Pedro de Orleans e Bragança e do maestro Silvio Barbato.

Angustiados, parentes se queixavam da demora para a confirmação dos nomes no aeroporto do Rio. (págs. 1, C4 e C5)

Navios e aviões vasculham da costa do país ao mar do Senegal
A procura pelo Airbus se estende por 2.000 quilômetros entre Brasil e Senegal.

Seis aeronaves e dois helicópteros partiram de diferentes pontos do país para a procura. A Marinha também coordena ações de busca com o auxílio de navios mercantes. A França mobilizou aviões e uma embarcação militar. A Espanha ofereceu duas aeronaves.

Foi pedido aos EUA o uso de equipamentos de localização por satélite. (págs. 1 e C3)

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O Estado de S. Paulo

Manchete: Em tragédia inédita, Airbus some na rota Rio-Paris com 228 a bordo
Na era da aviação comercial, nunca houve acidentes no trajeto
58 brasileiros estavam no avião
Causa do desastre permanece desconhecida
Águas profundas dificultam buscas, que envolvem 13 aeronaves e 4 navios


Um Airbus A330 da Air France com 228 pessoas a bordo, que saiu do Rio de Janeiro na noite de domingo com destino a Paris, desapareceu dos radares. Dos passageiros, 58 eram brasileiros. A lista com os nomes não havia sido divulgada até a noite de ontem. As autoridades consideravam que a aeronave caiu no Atlântico, em águas profundas, o que deve dificultar o resgate. Houve intensas buscas por parte de militares do Brasil em área próxima de Fernando de Noronha. As causas do acidente ainda eram desconhecidas. Especulava-se que o Airbus, operativo desde 2005, pode ter sido atingido por raio ou enfrentado forte turbulência, mas especialistas descartam que isso derrube um avião. Acidentes em voos sobre o mar são os mais raros na aviação - representam 9,51% do total na história. No caso de voos sobre o Atlântico, nunca houve acidentes na rota desde que ela se tornou comercial. (págs. 1, C1 e c3 a C11)

Jato avisou sobre pane elétrica

Pouco antes de entrar no espaço aéreo do Senegal (África), o Airbus A330 enviou à Air France uma mensagem automática. Ela indicava despressurização, redução de potência dos motores e falha do sistema elétrico. (págs. 1 e C4)

Foto legenda: Desespero
Parente de passageiro do voo 447 chega ao Aeroporto Internacional do Rio para acompanhar as notícias sobre o acidente

Histórias da tragédia: Italianos fizeram doação a vítimas de enchentes
Os italianos Rino Zandonai, Giovanni Lenzi e Luigi Zortea, vítimas do voo 447, haviam doado € 22 mil para um projeto de atendimento a comunidades atingidas pelas enchentes em Santa Catarina no ano passado. (págs. 1 e C8)

Histórias da tragédia: Passaporte vencido salvou vida de carioca
João Marcelo Calaça estava com passaporte vencido. Por isso, não embarcou no voo 447. "Foi um erro bobo que salvou minha vida", disse. Já um casal francês não conseguiu embarcar porque o voo estava lotado. (págs. 1 e C8)

Histórias da tragédia: Casal embarcou para lua de mel em Paris
A médica Bianca Cotta e o advogado Carlos Eduardo Macário haviam casado no sábado em Niterói, em festa que terminou às 3h de domingo. À tarde, embarcaram para Paris, onde passariam a lua de mel. (págs. 1 e C6)

Histórias da tragédia: A bordo, um maestro e um príncipe
O príncipe Pedro Luiz de Orleans e Bragança, de 26 anos, quarto na linha sucessória da família imperial brasileira, vivia em Luxemburgo. Já o maestro Silvio Barbato, de 50, viajou para encontrar a filha na Itália. (págs. 1 e C7)

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Jornal do Brasil

Manchete: A dor de quem fica
Famílias de pessoas que estavam no vôo da Air France choram por desaparecidos
Anac confirma 57 brasileiros entre 228 passageiros que embarcaram para Paris
Condições climáticas prejudicam trabalho de localização de vítimas e destroços
Especialistas analisam possíveis causas e apontam combinação de ocorrências

O Airbus A330-200 da Air France decolou do Aeroporto Tom Jobim no início da noite de domingo e, pouco mais de três horas depois, desapareceu no meio do Atlântico ao atravessar uma zona de tempestade com fortes turbulências. A bordo, passageiros de 32 nacionalidades. Equipes da FAB e da Marinha foram destacadas para localizar os destroços do avião a mais de mil quilômetros da costa. Caderno especial refaz a trajetória do vôo trágico e descreve o drama de parentes e amigos em busca de informações. (págs. 1 e Tema do Dia D1 a D8)

Foto legenda: O drama da incerteza – No Aeroporto Tom Jobim, no Rio, e no Charles de Gaulle, em Paris, parentes e amigos de passageiros do vôo 447 passaram o dia à espera de notícias

Foto legenda: Solidariedade – O governador Sérgio Cabral e o presidente em exercício, José Alencar, no Tom Jobim

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Correio Braziliense

Manchete: Air France 447 o voo da dor
O desaparecimento do Airbus A330-200 é uma tragédia multinacional. O avião da Air France tinha a bordo 228 pessoas, de 32 nacionalidades, a maioria de brasileiros e franceses. Após o último contato realizado pela aeronave, às 23h14 de domingo, os governos do Brasil, França, Espanha e Senegal deram início à busca de sobreviventes e dos destroços do avião. No fim da noite de ontem, as autoridades investigavam a suspeita levantada por um piloto da TAM que teria visto “pontos laranjas” no Atlântico a cerca de 1.300km de Fernando de Noronha. Entre as diversas hipóteses apontadas para o acidente, a Air France admitiu a ocorrência de um raio como possível causa da pane elétrica registrada nas mensagens automáticas do voo 447. É a primeira vez que esse modelo de Airbus se envolve em um acidente grave. Especialistas consideram o avião uma das máquinas mais seguras do mundo. Misteriosamente, porém, a tecnologia não foi capaz de garantir a viagem do Galeão até o Aeroporto Charles de Gaulle. (págs. 1, 21 a 28)

Foto legenda: Brasília - O maestro Silvio Barbato e a cantora Juliana De Aquino, que já moraram na cidade, estavam no voo 447. O pai da artista foi ao aeroporto JK

Foto legenda: Rio de Janeiro - A apreensão toma conta dos parentes das vítimas no aeroporto do Galeão. segundo a Anac, o avião da Air France tinha 57 brasileiros a bordo: 56 passageiros e um tripulante

Foto legenda: Paris - Familiares e amigos chegam ao aeroporto Charles de Gaulle. Presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse que são “ínfimas” as chances de encontrar sobreviventes

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Valor Econômico

Tragédia com Airbus na rota Rio-Paris
O desaparecimento sobre o Atlântico do Airbus 330-200 da Air France, com 228 pessoas a bordo, que fazia o voo 447 entre o Rio de Janeiro e Paris na noite de domingo, pode transformar-se em um dos mais trágicos mistérios da história da aviação. Não se sabe a causa do acidente, o primeiro de grandes proporções com uma aeronave desse modelo.

A única pista para explicar o ocorrido, antes que seja encontrada a caixa-preta do avião, é uma mensagem automática dando conta de uma pane elétrica a bordo, associada a uma despressurização da cabine. Até a noite de ontem, nenhum indício do Airbus havia sido encontrado pelos aviões da Aeronáutica. (págs. 1, A4 e A6)

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Estado de Minas

Manchete: Avião some rumo a Paris (pág. 1)

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Jornal do Commercio

Manchete: Agonia e incerteza
Até às 23h30, não havia pistas do avião da Air France que sumiu quando ia do Rio a Paris com 228 pessoas, sendo 58 brasileiros. Executivo de Suape está entre os passageiros. Luzes teriam sido vistas no mar. Hipóteses para desaparecimento são muitas. (pág. 1)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Avião da Air France desaparece dos radares perto do Brasil; Força Aérea Brasileira faz buscas em Fernando de Noronha

Do UOL Notícias*
Em São Paulo

Modelo A-330 da Airbus, semelhante ao avião que desapareceu dos radares nesta segunda-feira durante um voo que fazia o trajeto Rio de Janeiro-Paris




Atualizada às 9h42

Um Airbus da Air France com 228 pessoas que fazia o trajeto entre o Rio de Janeiro e Paris desapareceu dos monitores dos radares nesta segunda-feira na costa do Brasil, informaram fontes aeroportuárias francesas.

De acordo com assessoria de imprensa da Air France, o avião, um Airbus A330, que decolou do Aeroporto Internacional Tom Jobim por volta das 19h (horário de Brasília) de domingo deveria pousar às 11h10 locais (6h10 de Brasília) no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.

De acordo com o diretor da comunicação da Air France, Francois Brousse, é muito provável que o avião "tenha sido atingido por um raio". "O avião entrou em uma zona de tormenta com fortes turbulências que provocaram falhas", afirmou Brousse durante uma coletiva de imprensa.

Em um comunicado a Air France avisa que uma mensagem automática foi recebida às 23h14 (horário de Brasília) indicando problemas no circuito elétrico do Airbus. A aeronave decolou com 216 passageiros, incluíndo um bebê, sete crianças, 82 mulheres e 126 homens.
ESPECIFICAÇÕES DO AIR A330-200
Comprimento 58,8 m
Altura 17,40 m
Diâmetro da fuselagem 5,64 m
Largura máxima da cabine 5,28 m
Comprimento das asas (somadas) 60,3 m
Distância máxima que percorre com o máximo de passageiros 12.500 km
Peso máximo na decolagem 230 t
Peso máximo no pouso 180 t
Capacidade máxima de combustível 139.100 l
Peso máximo sem combustível 170 t
Carga máxima 36,4 t

O avião começou a voar em 2005 e passou por manutenção em 16 de abril.

Segundo informações do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) estão realizando as buscas no Oceano Atlântico. O último contato feito pelo avião com o controle ocorreu às 22h33. Segundo a Aeronáutica, o contato seguinte deveria ter sido feito às 23h20, o que não ocorreu.

A FAB também informou que, por volta das 2h10, o avião deveria ter passado pela Ilha do Sal, no Atlântico, em Cabo Verde. E, como não houve o contato, às 2h30 começaram as buscas pelo Airbus. Um avião partiu de Dakar, no Senegal, para ajudar nas buscas pelo Airbus

O coronel da Aeronáutica, Henry Munhoz, afirmou que a comunicação na Ilha do Sal, em Cabo Verde, é muito boa e os radares de lá não detectaram a passagem do avião. "Todo o controle é feito por comunicação, porque não há radar pelo mar, é a conversa do piloto. Durante a madrugada, essa comunicação cessou, aumentando a apreensão do que poderia ter acontecido com a aeronave", explicou.

Henry Munhoz informou que quando o avião decola, se desenha uma rota, e é por meio dela que se realizam as buscas. Ele lembrou que a FAB é responsável pelo espaço aéreo do país e mais dois espaços equivalentes à área do Brasil no oceano Atlântico.

"Portanto, boa parte do oceano Atlântico entre o Brasil e a África está sob nossa responsabilidade". O coronel não confirmou relatos de mau tempo na região onde o avião teria desaparecido e também ressaltou que auxílios internacionais também podem acontecer.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, em comunicado divulgado há pouco, pediu que as autoridades concentrem todos os seus esforços para seguir alguma pista sobre o paradeiro do avião. Ao ser informado do ocorrido, Sarkozy manifestou "profunda preocupação", de acordo com o comunicado.

Segundo Jean-Louis Borloo, ministro francês, a esta altura, o combustível da aeronave já teria se esgotado. "Infelizmente temos que encarar agora o cenário mais dramático", disse.

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A Air France confirmou não ter notícias do voo AF 447 entre Rio de Janeiro e Paris com 216 passageiros e 12 tripulantes a bordo, que desapareceu na manhã desta segunda-feira dos monitores de controle quando sobrevoava o Oceano Atlântico.

A empresa divulgou uma nota; leia a íntegra:

"A Air France lamenta informar que se encontra sem notícias do voo AF 447 que efetuava a ligação entre Rio de Janeiro e Paris, Charles de Gaulle, com chegada prevista às 11h15 (hora local). O voo decolou do Rio no dia 31 de maio às 19h locais.

216 passageiros estão a bordo.

A tripulação é composta de 12 pessoas: 3 tripulantes técnicos e 9 comissários.

A Air France divide a emoção e a inquietação das famílias envolvidas. Os familiares serão recebidos num local especialmente reservado no aeroporto de Paris Charles de Gaulle 2, assim como no do Galeão."

No Brasil, a Air France disponibilizou o número 0800 881 2020 para informações sobre os passageiros. Também foi disponibilizado um número de telefone de emergência para quem estiver na França: 0800 800 812 e em outros países do país (00 33) 1 57021055.

*Com informações da AFP, EFE, AP, Reuters e Jovem Pan AM

* do UOL Notícias