quarta-feira, 20 de abril de 2011

Motoqueiro morre e mata mais na cidade de São Paulo


ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO

Os motociclistas estão morrendo mais em acidentes viários e matando mais pessoas a pé na capital paulista.

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Enquanto a quantidade total de vítimas do trânsito paulistano caiu pelo terceiro ano seguido, as mortes envolvendo motos são as únicas que subiram em 2010.
O aumento de motoqueiros mortos foi de 11,7%, revertendo a queda do ano anterior. E eles já representam 35% das pessoas que morrem no trânsito de São Paulo.
Trata-se de um novo recorde --em 2005, eram 23%. O resultado se deu num ano de medidas do prefeito Gilberto Kassab (que anunciou a fundação do PSD) com intenção oposta, de reduzir conflitos com esses veículos e melhorar a segurança viária.
Entre elas, a motofaixa do corredor Vergueiro e a proibição de motos na pista expressa da marginal Tietê.

Editoria de Arte/Folhapress
O salto de 428 para 478 motociclistas mortos também foi acompanhado da alta de 123 para 135 atropelamentos com mortes provocados por esses veículos.
Em 2005, havia 64% mais atropelamentos fatais por ônibus que por motos. Cinco anos depois, a situação ficou invertida: 24% mais casos por motos que por ônibus.
Para a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), parte da explicação para os resultados do ano passado no trânsito está na elevação da frota de motocicletas.
Mas ela subiu 7,2% num ano --aquém da piora das mortes. E a quantidade de carros também não para de subir --sem que, com isso, morram mais motoristas.
Segundo a CET, na marginal Tietê as mortes de motoqueiros caíram. O engenheiro Luís Antônio Seraphim avalia que a motofaixa da Vergueiro e a restrição na pista expressa são insuficientes para, sozinhas, ajudar a baixar as mortes na cidade. Ele diz que é preciso fiscalização mais rigorosa para as motos, que escapam de radares.
Kassab planeja mais duas motofaixas --apesar de haver resultados controversos.
Quantidade de acidentes que provocaram as mortes em cada ano


PRIORIDADE

O balanço das mortes é compilado pela CET com dados do IML (Instituto Médico Legal). No total, a quantidade de vítimas em 2010 caiu 1,8% --de 1.382 para 1.357, menor patamar já registrado. Sem os motociclistas, a diminuição teria alcançado 7,9%.
Apesar da queda na totalidade de pedestres mortos, a gestão Kassab considera essas vítimas a prioridade das ações necessárias, por serem quase metade das vítimas.
De 1.357 mortos, 630 estavam a pé. "Por ser a parte mais frágil, são nosso principal foco", diz Marcelo Branco, secretário dos Transportes. Entre as intervenções, ele cita a redução de limites de velocidade e a criação de 4.245 faixas de pedestres no segundo semestre de 2010.

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