Este blog se desstina à abordagem dos acidentes de trânsito, sua gênese e profilaxia, já que esses eventos são passíveis de prevenção.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Rafael Moraes Moura - 25/04/2011 - 15:24
O número de mortes registradas em acidentes nas rodovias federais durante o feriado da Semana Santa foi 18% menor em relação ao ocorrido no período de carnaval deste ano.
As informações foram divulgadas hoje pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ao todo, 175 pessoas morreram em acidentes nas estradas federais de todo o País na Semana Santa, ante 213 durante o período de carnaval.
Em relação aos acidentes de trânsito, também houve queda. Foram registrados 3.861 acidentes na Semana Santa contra 4.165 no último carnaval, uma queda de 7%.
Também houve diminuição com relação ao número de feridos na mesma base de comparação. Foram registrados 2.274 feridos durante a Semana Santa, ante 2.441 no carnaval, o que significa uma queda de 7%.
O Estado da Bahia concentrou o maior número de mortes (25), seguido por Minas Gerais (24).
Enquanto a quantidade total de vítimas do trânsito paulistano caiu pelo terceiro ano seguido, as mortes envolvendo motos são as únicas que subiram em 2010.
O aumento de motoqueiros mortos foi de 11,7%, revertendo a queda do ano anterior. E eles já representam 35% das pessoas que morrem no trânsito de São Paulo.
Trata-se de um novo recorde --em 2005, eram 23%. O resultado se deu num ano de medidas do prefeito Gilberto Kassab (que anunciou a fundação do PSD) com intenção oposta, de reduzir conflitos com esses veículos e melhorar a segurança viária.
Entre elas, a motofaixa do corredor Vergueiro e a proibição de motos na pista expressa da marginal Tietê.
Editoria de Arte/Folhapress
O salto de 428 para 478 motociclistas mortos também foi acompanhado da alta de 123 para 135 atropelamentos com mortes provocados por esses veículos.
Em 2005, havia 64% mais atropelamentos fatais por ônibus que por motos. Cinco anos depois, a situação ficou invertida: 24% mais casos por motos que por ônibus.
Para a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), parte da explicação para os resultados do ano passado no trânsito está na elevação da frota de motocicletas.
Mas ela subiu 7,2% num ano --aquém da piora das mortes. E a quantidade de carros também não para de subir --sem que, com isso, morram mais motoristas.
Segundo a CET, na marginal Tietê as mortes de motoqueiros caíram. O engenheiro Luís Antônio Seraphim avalia que a motofaixa da Vergueiro e a restrição na pista expressa são insuficientes para, sozinhas, ajudar a baixar as mortes na cidade. Ele diz que é preciso fiscalização mais rigorosa para as motos, que escapam de radares.
Kassab planeja mais duas motofaixas --apesar de haver resultados controversos.
Quantidade de acidentes que provocaram as mortes em cada ano
PRIORIDADE
O balanço das mortes é compilado pela CET com dados do IML (Instituto Médico Legal). No total, a quantidade de vítimas em 2010 caiu 1,8% --de 1.382 para 1.357, menor patamar já registrado. Sem os motociclistas, a diminuição teria alcançado 7,9%.
Apesar da queda na totalidade de pedestres mortos, a gestão Kassab considera essas vítimas a prioridade das ações necessárias, por serem quase metade das vítimas.
De 1.357 mortos, 630 estavam a pé. "Por ser a parte mais frágil, são nosso principal foco", diz Marcelo Branco, secretário dos Transportes. Entre as intervenções, ele cita a redução de limites de velocidade e a criação de 4.245 faixas de pedestres no segundo semestre de 2010.
Maior alta é entre motociclistas; 'se nada mudar, até 2015 teremos um massacre', diz autor do estudo
De 1998 até 2008, os acidentes de trânsito mataram 370 mil brasileiros, segundo dados do Mapa da Violência 2011, divulgados ontem pelo pelo Instituto Sangari.
O número traduz a guerra que toma conta das ruas das cidades do país e que só se intensifica. Nesse período de dez anos, o número de mortes em acidentes com carros, motos, bicicletas e outros cresceu 24%.
Na comparação com conflitos armados ao redor do mundo, os óbitos do trânsito brasileiro se destacam. Na guerra do Iraque, por exemplo, que começou em março de 2003, morreram 109 mil pessoas até o final de 2009, segundo documentos do governo americano obtidos pelo WikiLeaks.
"Faltam legislação adequada, educação no trânsito e fiscalização", disse à BBC Brasil Julio Jacobo Waiselfisz, diretor de pesquisa do Instituto Sangari e autor do estudo. Só assim, explica ele, é possível dar conta da pressão do aumento da frota.
Massacre de motociclistas
No período estudado, as mortes em acidades com motos explodiram: o aumento foi de 754%. As mortes de ciclistas também assustam, com alta de 308%.
No caso das motos, o estudo destaca que o risco de morte cresceu mais do que a frota desse tipo de veículo no país, afetando principalmente a população entre 18 e 24 anos do sexo masculino.
"Se nada for feito, a tendência é de que essas mortes continuem aumentando, em ritmo de 4% ao ano", diz Waiselfisz. O pesquisador alerta para o risco de um "massacre de motociclistas" até 2015.
Doze pessoas morreram e 13 ficaram feridas em um acidente com um micro-ônibus no km 481 da MG-342, próximo a Frei Gaspar (469 km de Belo Horizonte), no Vale do Mucuri, no início da noite de sexta-feira (8). Os feridos foram levados para hospitais de Teófilo Otoni.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o motorista do coletivo perdeu o controle da direção próximo a uma curva. O micro-ônibus saiu da pista e caiu em uma ribanceira de cerca de 150 metros de altura.
Os passageiros do micro-ônibus saíram de Teófilo Otoni com destino a Itambacuri, onde trabalhariam em uma festa da cidade.